sexta-feira, 28 de junho de 2013

Vinte e um, vinte e sete do seis



                E tolamente me peguei correndo, subindo apressada os degraus das escadas rolantes do costumeiro metrô de cada dia. Logo depois, parei e me perguntei o porque da pressa. Cruelmente não encontrei resposta. Voltei a caminhar. Olhei ao meu redor e vi a pressa presa na falta de agilidade de algumas pernas vencidas pela idade.

                Tão jovem e tão calma, tão experientes e tão apressados, qual o sentido desse ritmo acelerado que levamos? Viveremos mais se fizermos mais coisas em menos tempo? Ou será que viveremos melhor se aproveitarmos cada momento intensa e profundamente?

                Há questões que simplesmente não posso responder com vinte e um anos, mas hoje no dia em que completei mais um verão tive a certeza que o meu ritmo não é esse, o meu ritmo é levado por outra coisa, meu relógio é diferente. Agora suspiro, e vivo, fazendo uma coisa de cada vez.  Aprendi aos vinte anos que não devo correr nas escadas rolantes – e em nenhum lugar -, porque talvez seja um dos raros momentos que tenho para pensar e refletir sobre mim, e não dedicarei mais esse tempo aos outros, ao emprego, à carreira, aos estudos. Esse tempo agora é meu, e eu vou controla-lo como for preciso para viver em paz na plenitude. Para ser completa e ser a laranja inteira. Ser.

                Sendo assim, a felicidade me transborda, e sou toda abraços para o mundo, e o quero enlaçado em meus pequenos braços. É assim, que sempre seja assim, e que só mude quando eu decidir mudar. O futuro pertence a mim, e farei dele meu livro de histórias incríveis e alucinantes.

                Enjoy your life.

                Ama a vida e segue!

segunda-feira, 24 de junho de 2013

sábado, 22 de junho de 2013

Confissões ao acaso

E agora, jogo para o alto palavras saudosas...

Por que... Não é mais você que se aconchega no lado frio do meu colchão
Não sinto mais seu perfume no moletom que usei quando te vi no último sábado
Não tenho mais sua alegria que preenche todo o espaço do meu quarto nos fins de tarde
Nem aquele abraço apertado nas plataformas de estações de trens que vem e vão
Você não é o cara mais sexy do mundo, mas nunca quis um desses;
Você era o cara com quem eu escolhi fazer planos, e vários deles
- chegamos até a escolher estampas de cortina de um ninho de carinho -
Era também o cara que me transbordava e me fazia rir de piadas sem graça
Era o cara que dividia o chocolate e as hemácias ácidas comigo
Era, pura e simplesmente o principal motivo do meu riso, do meu dormir tranquilo, do meu acordar alegre e do meu viver pleno
Era em ti que encontrava esperança
E, por ele me adequava às nossas diferenças tão polares,
Mas tão pequenas perto do carinho que nos cercava.

Ao moço que ainda gosto,
Minhas lembranças

                                                                                                                                          One more time;

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Sonho junto



            E foi perdida nos versos da antologia poética de Carlos Drummond de Andrade que derramei minhas lágrimas com a notícia que tive, o primeiro retorno e a primeira oportunidade. Não consegui me conter, não foi somente um convite especial, mas foi também a primeira porta que se abriu para começar a fazer o que eu mais amo: escrever.
            O desafio foi grande, o suficiente para me deixar com medo e insegura, mas não pude me abalar por isso, e assim foi feito. Dessa vez soltei algumas lágrimas, por não conseguir produzir, fui dormir alguns dias no meio da madrugada, e mesmo assim nada saía. A responsabilidade era tão grande quanto o desafio, ideias me foram entregues e eu precisava organiza-las, eu precisava me entregar por inteira à um trabalho que seria muito especial, e dedicado a duas pessoas pelas quais me identifico e admiro.
            Frase a frase, adaptação a adaptação, foi tudo suado mas muito bom de dissertar sobre palavras e imagens que de uma certa forma se encaixam perfeitamente no que tento ser. E, não é a morada que desejo ser.
            Tratei de assuntos delicados, fui tão sutil quanto seus mitos. Fui tão sincera quanto o meu sentimento perante todo aquele universo que foi exposto para mim. É diferente escrever para os outros, e não exatamente para você, porém é um exercício precioso de se fazer.
            Satisfatório. Enviado.
            Um suspiro final enche meu corpo de uma paz e de um alívio esperado e feliz. O seu sim foi o maior sorriso colocado em meu rosto há meses. Fazer o que ama, e fazer com que as pessoas amem os seus mimos e amores, não tem preço. Não há maior felicidade e cumplicidade em sorrisos que nascem da sua própria satisfação.
            Essa história logo será publicada, e começa agora mais um sonho.
            Sonho de ser quem eu quiser, através de palavras. Sonho que se sonha junto vira realidade.

À SB.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Amores de estação



E não me engana mais, nem meus próprios pensamentos e sentimentos.
Decidi.
Não há nada mais bonito que os raios iluminados e dourados do sol nos teus cabelos compridos e caídos sobre os ombros que sonho em um dia me acolher. Sua barba rala e por fazer, com inúmeras falhas guardam desejos secretos de um beijo longo e carinhoso. Seu perfume ainda deixa uma amostra dentro de mim, de um modo que posso senti-lo cada vez que me lembro.
Não te conheço.
O contato que tivemos foi inteiramente visual e rápido, aqueles três segundos da nossa troca de olhares foram capazes de me abalar assim por dias.
A lembrança é a única coisa que me resta. Esses amores de estações sempre machucam muito, sempre nos frustram, ainda mais em uma cidade onde somos tão indiferentes uns com os outros. Onde se veem centenas de pessoas por dia, mas poucas são notadas.
Mas, no fundo sei que me notou como te notei. Olhava para mim no momento que olhei para ti. O mundo parou, e parecia que não precisaríamos de palavras para nos comunicar.
Era um medo de te perder a cada vez que soava o sinal de uma nova plataforma, sofremos juntos e separados durante as quatro estações que durou nossa prece.
E insistentemente o sinal toca de novo, e dessa vez tenho que partir, é a minha hora de sair desse trem.
A porta fecha e nos separa.
Nos olhamos novamente com um vidro entre nós, e é nesse momento que vejo o quão tola fui de não ter pedido seu número de contato em um papel de rascunho jogado na bolsa, pra hoje eu escrever uma história totalmente diferente.
Moço, não me esqueci do seu sorriso.

À todos os apaixonados de estação.
Spotted - Metrô - São Paulo