segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Macumba

do bem.

A noite virou rápida e agitada. A areia da praia enfeitava nossas pernas e o batuque do Atabaque rolava repetidamente durante toda a madrugada.
Vinham santos, orixás, caboclos, índios, ciganos, baianos, guias espirituais e turistas nos visitar. O canto entoava a festa e a cerimônia deixando tudo mais rit-ma-do.
As saias brancas e rodadas dançavam noite a dentro, emanando sua própria luz e alegria da Gira.
A mistura é da África e da Europa, mas é marcada na tradição brasileira e tem toda sua brasileiridade do começo ao fim. Eram brancos e negros; todos cantando e trazendo mensagens do bem com suas saudações, cumprimentos e abraços.
Era uma grande poesia a beira-mar, via-se brilho, dedicação, flores, rendas, estampas, estátuas e muita devoção e amor no que se fazia. Pra mim, particularmente tudo muito inédito, e ali meus olhos captaram uma beleza imensurável de votos de FÉ. Uma crença sem tamanho nos espíritos e na natureza, uma profissão linda de se viver. Muitos que se encontravam ali viajaram horas a fim de encontrar o mar e ali depositar suas oferendas à Rainha do Mar, “dona” e motivo de toda aquela festança: Mãe Iemanjá.
Vivi uma das experiências mais encantadoras da minha vida, uma energia que me emocionou e que me tocou de uma maneira muito única, e é muito bom conhecer um pouco dessas histórias tão presentes na história do Brasil e de minha raça.
Desejo muita paz a cada terreiro e cada ser que de boa fé entregou seu corpo como meio para transmissão de mensagens, carinhos e cultura.

Salve Iemanjá

Especialmente para Daniela, Naya e Tek Aqui fica um coração cheio de boas lembranças com vocês de um dia que jamais vou esquecer.