E nessa terça-feira quase vazia, o
dia começa seco na terra da garoa, mas não tarda e do céu caem gotas frias que
estremecem nossa pele ao senti-las.
Era como qualquer outra terça-feira
de qualquer semana do calendário, mas sem querer fui capaz de perceber o quão é
fácil mudar nossa feição do dia, e como é fácil sorrir mais e mais e mais. Sinto que no meu balaio há cada vez amor, e
esse amor torna-se pequenos novelos que me aquecem, que me protegem, que me
abraçam e me beijam.
É incrível como cada vez eu me sinto
mais completa, e dessa vez seus braços que me enlaçam numa história fabulosa e
perigosa, peço que me abrace sem medo, que encoste sua mão na minha, e corra ao
meu lado pelo menos até um de nós se cansar, e quando isso acontecer deixa o
momento se desenrolar naturalmente.
Agora, minutos depois de nosso beijo
ainda posso sentir seu cheio em meu pescoço, seu toque na minha cintura, seus
lábios nos meus lábios, e conforme essas pistas forem passando o último resquício
será o sorriso estampado no rosto de alguém que sente amor, que sente carinho e
quer você presente aqui todos os tempos.
Descobri que o sorriso é só a parte
externa da felicidade, e que não preciso estar apaixonada pra sentir isso – até
porque não estou – mas, esse encantamento me deixa fascinada, e poder te ter
por perto é incrível, sorrir mesmo que encabulada aos seus olhos é gostoso,
assim como é passar o tempo contigo.
E, como tenho dito e repetido
diversas vezes, é muito simples ser feliz, é só questão de ser. A felicidade
bestializa.
Agora já é fim de tarde, e a terra
da garoa já está ensopada, mas agora além do meu guarda-chuva e das minhas
meias quentes tenho você pra me cobrir e me proteger quando o inverno apertar e
me machucar.
Prometo, te protejo e me protege com a simplicidade de um sorriso e brandura de um recente amor.