Sonhei que tinha sonhado.
Nesse sonho estava delirando, deitada e sozinha
no canto direito da página de um livro, que um jovem rapaz lia e se apaixonava.
Vivi uma estória, dentro do coração de alguém que
me é alheio, que me lê, e me conhece pelo o que alguém o contou entre linhas e
páginas.
Apaixonei-me por esse moço e meu sonho se
sustentava nas falsas hipóteses de me encontrar com esse ser de um mundo que
não é semelhante ao meu.
Esse sonho me impulsionou a não desistir e a correr
atrás dos meus objetivos, e um dia esse amor e esse desejo inconsciente de
querer uma realidade que não era minha, me transformou, me tornei mulher e me
lancei a um mundo novo, cheio de maiores ilusões do que aquelas escritas nas
páginas que eu era coadjuvante.
Acordei. Carreguei meus novos ideais e finalmente
me tornei humana por meio do sonho. Me emancipei, deixei de ser personagem do
livro do moço e fui escrever a minha história.
A história que eu quis escrever pra mim, que eu
coloquei (em vão, ou não) no papel, a história que idealizei e finalmente me
libertei para poder vive-la, e sofre-la e aprende-la com minhas próprias
escolhas e consequências.
Nessa história corri atrás de tudo que sempre
desejei pra mim e pra todo o resto do mundo, e aqui construí uma linda história
de amor, com aquele moço que me lia e que me conhecia, que me entendia, e foi
ele que escolhi (depois de ser escolhida) para ser o autor na nossa vida, dos
nossos contos e, da nossa história de escrever juntos.
A história é feliz e libertadora, nos encontramos
na mesma morada do ser, e agora nos completamos de um jeito muito sutil e agradável,
porque nossa história é a gente que decide e não queremos contar o final.
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